Doenças do trato digestório e obesidade.
Além
de agravar doenças cardiovasculares, doenças no trato respiratório, doenças
psiquiátricas e outros tipos de doenças apresentados nesse blog, a obesidade
também afeta as doenças do trato digestório a seguir alguns exemplos de como
essas doenças afetam esses pacientes.
-Esteatose hepática:
É uma
doença hepática causada pelo acúmulo de gordura no fígado, colesterol alto,
diabetes mellitus e até por procedimentos cirúrgicos envolvendo o tubo do
aparelho digestivo. Diversos fatores na obesidade são prejudiciais para o
fígado, como o efeito sanfona (O ganho e perda de massa consecutivos), uso de
diversos medicamentos que sobrecarregam o fígado, além das dietas feitas sem
acompanhamento necessário e que acabam ocasionando falta de nutrientes para o
organismo. A esteatose hepática é uma
doença grave que pode desenvolver cirrose hepática, diabetes tipo 2 e até mesmo
câncer no fígado. Um grande estudo foi feito sobre a esteatose hepática e uma
amostra populacional diversificada de Dallas County, Texas foi examinada quantitativamente por um tipo de
ressonância magnética. Foi analisado os teores de triglicerídeo no fígado de
cada participante e constatou-se que
cerca de um terço da amostra tem esteatose hepática e cerca de 67% deles são
obesos (IMC>30 Kg/M²). Essa doença vem ao longo dos anos se espalhando e
aumentando o seu índice consideravelmente em escala mundial. Como a doença é assintomática, o seu
diagnóstico é feito por exames de rotina e seu tratamento é realizado por meio
de acompanhamento médico, uso de medicamentos, dietas estabelecidas por um
profissional e prática regular de atividades físicas.
-Pancreatite Aguda:
A pancreatite aguda é uma inflamação
grave do pâncreas, glândula que secreta enzimas essenciais para o processo
digestório. A obesidade é um fator crítico para a agravação dessa doença que
pode acarretar complicações locais, necrose pancreática e consequentemente a
morte. Foi constatado numa análise que o risco de um paciente ter pancreatite
aguda é aumentado quase em três vezes se esse paciente for obeso e dentre os
obesos, a chance de mortalidade é aumentada em aproximadamente duas vezes. Os
sintomas da doença são característicos, como a dor abdominal intermitente e/ou
constante, náuseas, febre, vômitos e desidratação. O tratamento, nos casos mais
graves, é feito por meio de internação ,administração de diversos medicamentos
e procedimentos médicos. No caso de necrose, o processo cirúrgico é indicado.
-Colecistopatia (Cálculo biliar):
Cálculos ou pedras biliares
são partículas rígidas formadas na vesícula biliar, órgão localizado na parte
superior do abdômen responsável pelo armazenamento da bile, secreção produzida
pelo fígado e que tem função essencial
na digestão de gorduras. As pedras biliares são formadas geralmente quando a
bile é composta por um teor de colesterol e/ou bilirrubina muito alto ou ainda
falta de sais biliares. Diversos estudos indicam que a probabilidade de um
cálculo biliar surgir aumenta se a pessoa é obesa. Cerca de 25% a 45% dos
obesos mórbidos possuem problemas de colecistopatia, segundo a Sociedade
Americana de Cirurgia Bariátrica. Isso se deve ao fato dos obesos acumularem
colesterol extra na bile. Observou-se também que a incidência é maior nas
mulheres devido à quantidade extra de estrogênio, o qual também aumenta o nível
de colesterol na bile, além de diminuir o tempo de contração da vesícula
biliar. O efeito sanfona (perda e ganho de massa consecutivos) também pode
aumentar a probabilidade do surgimento de pedras na vesícula, já que durante a
quebra da gordura armazenada pelo corpo, o nível de colesterol aumenta na bile,
além de desestimular a vesícula biliar de expelir totalmente a bile. O sintoma
principal de um cálculo biliar prejudicial é a forte dor, geralmente após uma
refeição gordurosa. A dor vem do aumento de pressão da vesícula, ocasionado
pela obstrução dos canais biliares por um cálculo biliar. O diagnóstico pode
ser feito por diversos tipos de exames não invasivos como o ultrassom,
ressonância magnética e cintilografia. O tratamento geralmente é feito
removendo a pedra biliar, por meio de cirurgia. Métodos não invasivos como
Ondas de Choque e administração de soluções orais são usados raramente, somente
em casos que impedem o paciente de fazer uma cirurgia.
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