''Cinderela não é gorda'' é uma monografia defendida na Universidade de Brasília para a conclusão do Curso de Comunicação Social pelas alunas Ramilla Rodrigues e Vanessa Arcoverde. Esse trabalho analisa as atitudes das personagens da novela ''Amor à Vida'', que foi exibida pela rede Globo de televisão de 20 de maio de 2013 a 31 de janeiro de 2014, em relação à Perséfone Fortino, a personagem obesa do enredo.
A conclusão do trabalho é que a abordagem do autor Walcyr Carrasco foi precipitada, superficial e na maior parte dos casos preconceituosa. Visto que, existe uma grande quantidade de cenas que fazem apologia à gordofobia.
Com as palavras de Ramilla e Vanessa :'' A mulher gorda é vista como indesejável ao público masculino: é alguém incapaz de despertar atração em alguém, assim como de ser amada, situação que torna a personagem vítima de escárnio e de desprezo. Em nenhum momento se fala que ela é feia, apenas que é gorda, porém os dois adjetivos se tornam sinônimos: a gordura de Perséfone é o suficiente para que ela não seja desejável.''
Em abril de 2010, o Hospital do coração, HCor, de São Paulo, fez uma pesquisa com 600 pessoas, dentre esse total a metade eram mulheres e a outra metade homens, para descobrir a opinião das pessoas em relação à obesidade e relações amorosas.
Os resultados foram os seguintes:
78% dos entrevistados acreditavam que a obesidade realmente interferia na relação matrimonial. 79% por cento dos que não casariam com pessoas obesas eram homens, em contrapartida 77% eram pessoas do sexo feminino. Gerando assim, uma curiosidade: Os homens se importam mais com o físico dos parceiros do que as mulheres.
Outrossim, 50% dos entrevistados afirmaram que não se casariam com um obeso, em compensação 48% se casaria. Os outros 2% não responderam essa pergunta.
É possível perceber com esses estudos que o preconceito não está apenas no pensamento de Walcyr Carrasco, mas sim na percepção da maioria das pessoas e que a obesidade pode influenciar de uma forma imensurável a vida de pessoas com essa característica.
Clara Rodrigues
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