terça-feira, 11 de novembro de 2014

A função endócrina do tecido adiposo

A função endócrina do tecido adiposo

O tecido adiposo é um órgão de armazenamento de energia com uma extrema importância para o  corpo humano. A alguns anos atrás essa era a única visão para o o tecido adiposo, mas graças a estudos sabemos que vai muito além disso  de acordo com J. Soares Fortunato, Carmen Brás Silva e Maria José Pinheiro “trata-se de um complexo reservatório energético regulado funcionalmente por nervos, hormônios, nutrientes e por mecanismos autócrinos e parácrinos”
O tecido adiposo é o reservatório fundamental de energia no organismo, suas células chamadas de adipocitos tem a características de depositar triglicerídeos, retinoides e colesterol no seu citoplasma. São células secretarias que formam e liberam uma grande quantidade de peptídeos (adipocinas) e não peptídeos, além da sua característica de armazenamento de lipídios. Estas funções permitem uma relação do tecido adiposo com outros órgãos .
Segundo o artigo “Adipocitocinas: uma nova visão do tecido adiposo” o tecido adiposo como órgão endócrino pode apresentar algumas propriedades:

1) constitui tecido de ampla e variada distribuição orgânica, cuja característica compartimentalização, nem sempre apresenta conexão entre si. O(s) mecanismo(s) envolvido(s) com a atividade secretora dos adipócitos permanece(m) sob investigação, existindo dúvidas acerca dos processos humoral e/ou neural relacionados;
2) adipócitos maduros, pré-adipócitos, fibroblastos e macrófagos, representam os diferentes tipos de células que constituem o tecido adiposo e participam da sua função endócrina;
3) a capacidade metabólica do tecido adiposo varia em função da sua localização, subcutânea ou visceral, podendo contribuir de forma mais ou menos intensa para a secreção de adipocitocinas específicas.
O quadro abaixo mostra as principais adipocinas secretadas pelo o tecido adiposo:


Adipocina
Função/efeito
Adinopectina
Influência na sensibilização insulínica e propriedades anti-aterogênicas
Angiotensinogênio
Percussor da angiotensina II, regulador da pressão sanguínea e influência na adiposidade.
Proteína estimuladora de ascilação
Influência na síntese de triacilglicerol no tecido adiposo
Interleucina 6
Mediador do processo inflamatório e influência no metabolismo lipídico
Leptina
Sinalização cerebral do estoque de gordura corporal, influência na sensibilização insulínica, regulação do apetite e gasto energético.
Inibidor de ativador de plasminogênio I
Potente inibidor do sistema de fibrinólise
Resistina
Influência no desenvolvimento à Resistência insulínica
Fator de necrose tumoral
Interferência na sinalização insulínica e possível causa da Resistência à insulina na obesidade


Uma das principais adiposinas é a leptina, esse hormônio peptidico é proporcional a massa de tecido adiposo quando a massa de tecido adiposo aumenta a uma maior concentração de leptina. Essa concentração também é controlada por hormônios como a insulina, os glicocorticóides e os esteroides que aumentam a sua concentração. O receptor da leptina é localizado no hipotálamo. A leptina tem o efeito na saciação do apetite, no aumento de do gasto energético, prevenção de acumulo de gordura em tecidos periféricos e diminuição da expressão da estearoil CoA desaturase sintetizada pelo fígado
Em obesos há um alto nível de leptina causando uma contradição, já que um nível elevado desse hormônio deveria reduzir o apetite e aumentar o gasto de energia, logo esse caso tem uma relação com os inviduos que possuem diabetes melito, em diabéticos há um alto nível de insulina no sangue causando uma resistência já em obesos há uma resistência a leptina.
                                                                                   Luisa Roberta Bernardes

Fontes:

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