A função endócrina do
tecido adiposo
O tecido adiposo é um órgão de armazenamento
de energia com uma extrema importância para o corpo humano. A alguns anos atrás essa era a
única visão para o o tecido adiposo, mas graças a estudos sabemos que vai muito
além disso de acordo com J. Soares
Fortunato, Carmen Brás Silva e Maria José Pinheiro “trata-se de um complexo
reservatório energético regulado funcionalmente por nervos, hormônios,
nutrientes e por mecanismos autócrinos e parácrinos”
O tecido adiposo é o reservatório fundamental
de energia no organismo, suas células chamadas de adipocitos tem a
características de depositar triglicerídeos, retinoides e colesterol no seu
citoplasma. São células secretarias que formam e liberam uma grande quantidade
de peptídeos (adipocinas) e não peptídeos, além da sua característica de
armazenamento de lipídios. Estas funções permitem uma relação do tecido adiposo
com outros órgãos .
Segundo o artigo “Adipocitocinas: uma nova visão do
tecido adiposo” o tecido adiposo como órgão endócrino pode apresentar algumas
propriedades:
1) constitui tecido de ampla e
variada distribuição orgânica, cuja característica compartimentalização, nem
sempre apresenta conexão entre si. O(s) mecanismo(s) envolvido(s) com a
atividade secretora dos adipócitos permanece(m) sob investigação, existindo
dúvidas acerca dos processos humoral e/ou neural relacionados;
2) adipócitos maduros, pré-adipócitos, fibroblastos e macrófagos,
representam os diferentes tipos de células que constituem o tecido adiposo e
participam da sua função endócrina;
3) a capacidade metabólica do tecido adiposo varia em função da
sua localização, subcutânea ou visceral, podendo contribuir de forma mais ou
menos intensa para a secreção de adipocitocinas específicas.
O quadro
abaixo mostra as principais adipocinas secretadas pelo o tecido adiposo:
Adipocina
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Função/efeito
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Adinopectina
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Influência na sensibilização
insulínica e propriedades anti-aterogênicas
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Angiotensinogênio
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Percussor da angiotensina II,
regulador da pressão sanguínea e influência na adiposidade.
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Proteína estimuladora de ascilação
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Influência na síntese de
triacilglicerol no tecido adiposo
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Interleucina 6
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Mediador do processo inflamatório e influência
no metabolismo lipídico
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Leptina
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Sinalização cerebral do estoque de
gordura corporal, influência na sensibilização insulínica, regulação do
apetite e gasto energético.
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Inibidor de ativador de plasminogênio
I
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Potente inibidor do sistema de fibrinólise
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Resistina
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Influência no desenvolvimento à
Resistência insulínica
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Fator de necrose tumoral
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Interferência na sinalização
insulínica e possível causa da Resistência à insulina na obesidade
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Uma
das principais adiposinas é a leptina, esse hormônio peptidico é proporcional a
massa de tecido adiposo quando a massa de tecido adiposo aumenta a uma maior
concentração de leptina. Essa concentração também é controlada por hormônios
como a insulina, os glicocorticóides e os esteroides que aumentam a sua concentração.
O receptor da leptina é localizado no hipotálamo. A leptina tem o efeito na
saciação do apetite, no aumento de do gasto energético, prevenção de acumulo de
gordura em tecidos periféricos e diminuição da expressão da estearoil CoA
desaturase sintetizada pelo fígado
Em
obesos há um alto nível de leptina causando uma contradição, já que um nível
elevado desse hormônio deveria reduzir o apetite e aumentar o gasto de energia,
logo esse caso tem uma relação com os inviduos que possuem diabetes melito, em
diabéticos há um alto nível de insulina no sangue causando uma resistência já
em obesos há uma resistência a leptina.
Luisa
Roberta Bernardes
Fontes:
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